Conhecimento é poder.

Conhecimento é poder.
Por que o ler faz bem ao que há dentro de nós.

sábado, 7 de setembro de 2013

Reinventar

Reinventando



Já nem sei há quanto tempo não escrevo.
Fiquei tanto tempo sem escrever que já nem sei o que o tempo é. Mas, sei que tivemos tempo de viver até mesmo fatos históricos: os brasileiros acordaram, gritaram, manifestaram por aquilo que acreditam ser seu por direito e dormiram de novo. Fomos espionados pelos Estados Unidos. Até mesmo a nossa presidente foi espionada. Matamos. Matamos historicamente. Como seres humanos, somos de fato o maior câncer do nosso planeta. Quando já não estamos satisfeitos em matar a vida natural, matamos uns aos outros, e morte não tem idade ou identidade: dos mais velhos criminosos às mais inocentes crianças. E a vida segue para os que continuam vivos.
Entre tantos gritos dados e presos na garganta, um grito em especial se perdeu na multidão: o grito pelo amor. Este ninguém deu ainda.
Parece que de fato, a última pessoa que tentou falar de amor no nosso tempo, falou nos tempos de cólera. E foi crucificado por isso. Admiro a esta pessoa pelo simples fato de não ter se rendido em momento algum aos desejos da multidão que desejava o sangue e o ódio. Ainda assim, ele manteve firme aquilo em que acreditava. Manteve sua fé no Pai.
Acho muito bonito, quiçá prazeroso, o poder de fé que mantemos uns nos outros. E me lembro de sempre respeitar os desejos e limites de cada um.
Hoje, resolvi escrever. Já tenho querido escrever há algum tempo, mas não encontrei o tempo para escrever e, quando o encontrava, faltava a inspiração.
Acho incrível como a minha inspiração vem dotada pela minha tristeza.
Estou feliz com a vida, com o mundo, com o universo, comigo. Estou feliz com as minhas escolhas, mas sempre vejo (não posso deixar de ver) a necessidade de mudar, de reinventar. É o que estou fazendo no momento. Me reinventando.
A verdade é que as passagens da minha vida me viraram de cabeça para baixo.
No final - embora ainda não seja o final e, felizmente, estou longe dele -, minha vida tem seguido em uma velocidade absurda. Não sou sequer capaz de calcular a quantos quilômetros por hora (ou anos-luz), as coisas estão acontecendo para mim (ou comigo).
Minha vida entrou em um movimento incrivelmente desuniformemente invariável... E os físicos que me desculpem!
Não tenho tempo para o arrependimento, não tenho tempo para a tristeza, nem para a solidão. Só tenho tempo para sorrir, para seguir adiante, para ir em frente, para buscar minha paz de espírito, por esta, sou capaz de ir muito longe. Sou capaz de abandonar muita coisa e me reinventar quantas vezes forem necessárias.
Nada de copo de cólera. Nada de veneno alheio. Nada dessa história de beber veneno esperando que os outros morram. Não tenho paciência para isso, nem para gente assim.
O fato é que o tempo está passando e eu estou passando junto.
Não estou triste. Às vezes, um pouco desapontado, às vezes me frustro um pouco com um acontecimento ou outro, mas nada demais.
Como já dizia um velho adágio hindu: Isso também vai passar.
Hora de me reinventar mais uma vez.